A violência religiosa aumentou no Egito depois que muçulmanos atacaram casas de cristãos situadas no bairro de Kafr El Barbari, em Dakahlia, no norte do Cairo, forçando a entrada em ação de forças de segurança que decretaram o toque de recolher tentando acalmar a situação.
A morte de Mohamed Ezzat, um jovem de 18 anos, atacado por um cristão, desencadeou uma retaliação. Casas de cristãos foram atacadas com pedras, quebrando janelas. Algumas casas foram incendiadas. Vinte e cinco pessoas ficaram feridas.
Muitos dos mil cidadãos coptas cristãos que moram na vila de quatro mil habitantes fugiram ou permanecem trancados em casa com medo que as tensões possam aumentar. Uma organização que visitou a região dos incidentes relatou que não foi possível entrar em contato com os cristãos.
Tudo começou quando Ezzat foi até a mercearia de Emil Gerges para comprar refrigerantes. Uma disputa por causa de uma suposta dívida que Ezzat tinha na loja acabou quando o filho de Gerges, John, 20, esfaqueou o muçulmano. Ezzat morreu no hospital no mesmo dia. Depois disso, a família dele atacou e incendiou a mercearia e os apartamentos de Gerges.
Gerges, seus dois filhos e esposa foram presos no dia 29 de junho; a mulher foi liberada por questões de saúde, mas os homens da família continuam presos sob as acusações de homicídio culposo. As forças de segurança emitiram um toque de recolher no bairro, e colocaram um cordão de isolamento para proibir a entrada e saída de moradores.
Apesar de o conflito em Kafr El Barbari ser visto como uma disputa familiar, fontes afirmam que foi logo classificado como violência religiosa, aumentando as tensões no país.
Ibrahim Habib, diretor da United Copts (coptas unidos), afirma: “A polícia é mais do que capaz de controlar qualquer situação que queira. Isso é proposital. Alguma autoridade na polícia sente que é tempo de os cristãos ‘aprenderem uma lição’, e humilhá-los de acordo com a sharia (lei islâmica), ameaçá-los como dhimmi, cidadãos de segunda classe. Se o governo é sério, é capaz de controlar as coisas.” (CM)
Agência Unipress Internacional
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