Ao tentar transformar um prédio em local de culto, cristãos residentes na província de Minya, Egito, enfrentaram represálias de muçulmanos. Foi necessária a intervenção de forças de segurança para impedir que milhares de muçulmanos incendiassem o local. Sem conseguir realizar seu intento, o grupo conseguiu atear fogo em estábulos vizinhos, matando ovelhas e vacas que pertenciam aos cristãos coptas.
Durante a confusão, dois cristãos, incluindo uma mulher idosa, ficaram feridos. A jornalista Teresa Kamal explicou que quando os muçulmanos veem que os cristãos estão formando uma igreja, eles ficam nervosos. O pastor Milad Shehata, 39, lidera o projeto para transformar a propriedade em um templo. Ele disse que os cristãos protestantes do vilarejo não têm onde cultuar.
“Eu não tenho intenções de deixar esse lugar. Ele foi construído com o suor e dinheiro de pessoas muito pobres. Mesmo se minha família e eu formos mortos, não importa. Eu não vou abandonar este lugar”, garantiu Shehata.
Shehata começou a reformar o prédio para acomodar as reuniões da igreja e planejava obter a permissão para usá-lo como lugar de culto antes de iniciar as reuniões.
Na semana passada, os oficiais investigaram as reclamações de aldeões muçulmanos sobre duas cruzes que foram colocadas fora do prédio e levaram Shehata para a delegacia. Após o interrogatório, eles o liberaram, com ordens para que voltasse no dia seguinte. Na hora marcada, os policias o escoltaram até a prisão em Minya, onde ficou detido, sem acusações, até a tarde de sábado.
“Eu não sei por que fui preso. Fiquei por lá por 37 horas, mas ninguém me deu nem um copo d’água”, disse Shehata.
Desde o ataque, em 24 de julho, os anciãos da comunidade muçulmana propuseram uma reunião de reconciliação, com a condição de que a igreja nunca seja aberta, mas o pastor recusou a oferta dizendo que não existe motivo para se realizar uma reunião de reconciliação se a intenção é fechar a igreja. (CM)
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