Na minha solidão, eu comecei a me perguntar como seria ser mãe, ter um bebê que fosse meu, mostrá-lo para todo mundo. Ana Beatriz seria a criança mais linda que já existiu: cabelos pretos e cacheados, pele branca como a neve, sorriso largo, olhos verdes e grandes. Seria a criança mais quietinha de todas. Eu estava nos primeiros meses do meu segundo ano de casamento e os pensamentos de ter um bebê não me deixavam em paz. O meu pai nos aconselhou a não ter filhos nos primeiros anos de casamento. Meu marido concordou plenamente. Eu também concordei até que a solidão começou a me tentar com os “e se eu…” Eu tocava nesse assunto todos os dias, implorando para que meu marido aceitasse, e eu passava os dias observando todos os bebês que eu via no caminho da igreja, nos sinais de trânsito, quando ia ao supermercado, à lavanderia. Chegou a um ponto em que eu comecei a fingir que estava grávida. Tomava cuidado na hora de me sentar e frequentemente alisava a minha barriga como as grávidas fazem. Eu era egoísta, queria um bebê para mim. Eu queria um bebê para diminuir a minha solidão, para me gabar. Meu marido me queria do lado dele pensando em ter filhos espirituais. Eu pensava em ficar ao seu lado com meus filhos. Ele não estava cedendo e então eu “usei a minha fé”. Fiz um voto com Deus para que Ele mudasse o coração do meu marido, no entanto, que a vontade dEle fosse feita na minha vida (só que esta última parte da minha oração era bem fraquinha). Mas Deus sempre ouve. Mesmo as orações fraquinhas. Dentro de 1 mês daquele voto, eu perdi todo o desejo de ter filhos. Minha fé se renovou tremendamente e eu comecei a ver as pessoas na igreja como meus filhos espirituais. Nós nos tornamos pais de verdade. Às vezes, nós pedimos a Deus por coisas que Ele sabe que não são boas para a gente. Se deixarmos que a vontade dEle seja feita em nossas vidas, teremos o que sempre quisemos (e nem sequer sabíamos!) Na fé. Cristiane Cardoso www.cristianecardoso.com |
OLHAR FEMININO: Ana Beatriz
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