Um cristão egípcio que reformou sua casa para acomodar as cerimônias religiosas em Ezbet Dawoud Youself, vilarejo situado ao sul do Cairo e que não possui nenhuma igreja, vem sofrendo ameaças por parte do tribunal fatwa (islâmico). O pastor Estefanos Shehata explicou que tomou a iniciativa porque não existe igreja na região para os cerca de 800 cristãos que moram no local. Isso significa que funerais e casamentos são realizados nas ruas.
Há dois anos, ele transformou parte de sua casa em um espaço onde essas cerimônias pudessem ser realizadas, e tentou obter uma permissão para o uso do lugar. As autoridades se recusaram a dar uma resposta direta, e disse que era para ele conversar com os muçulmanos de seu vilarejo, porque não queriam ser responsáveis por qualquer problema. Estefanos foi conversar com os muçulmanos e, para sua surpresa, soube que depois de uma reunião realizada entre os líderes de outros vilarejos para avaliar a proposta, os mulçumanos emitiram um fatwa (decreto religioso islâmico) pedindo que ele fosse morto.
“Eles disseram para os cristãos no vilarejo que basta uma bala para se livrar de mim, já que um assassino não recebe nada por matar um cristão.”
No Egito, os cristãos não podem construir ou reformar igrejas ao menos que eles recebam uma permissão do governo. Quase todos os pedidos das igrejas são negados. No entanto, as permissões para a construção de mesquitas não são necessárias.
Apesar de a constituição egípcia garantir liberdade religiosa, na prática a situação é muito diferente. O Egito é predominantemente (90%) muçulmano sunita, e 10% cristão. Apesar de ser um número pequeno, é a maior comunidade cristã no Oriente Médio.(CM)
Agência Unipress Internacional
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