Cristão preso faz greve de fome na Somália

Osman Nour Hassan, um cristão somaliano convertido do islamismo e morador de um estado que se declarou independente da Somália, chamado Somaliland, começou uma greve de fome para protestar contra sua transferência para uma prisão perigosa em uma parte remota do país. Ele foi preso em agosto acusado de distribuir material cristão para um menino de sua vila que depois o mostrou para amigos e família. A família do menino relatou o incidente à polícia e Osman, de 29 anos, foi preso na vila de Pepsi, no subúrbio da capital do país, Hargesia. No início de setembro, as autoridades de segurança transferiram o cristão da prisão na capital para uma prisão em Mandere, a 60 quilômetros de distância – a uma semana de viagem, o que dificulta as visitas, já que é uma viagem cara para os padrões do local.

Em agosto, os mulçumanos que acusaram Osman se reuniram com sua família, que também é muçulmana, e concordaram que mestres islâmicos ou sheiks deveriam ir até a cadeia aconselhá-lo dentro da doutrina islâmica. Dois sheiks encontraram com o cristão na cadeia e rogaram que ele parasse de pregar o Evangelho, mas Osman se recusou.

Fontes evangélicas da reunião contaram que os próprios parentes de Osman e os sheiks pediram para que sua situação na prisão piorasse, como uma forma de punição, na esperança de que ele negasse a fé cristã e voltasse para o islamismo.

De acordo com três cristãos da Somaliland que fugiram do país, as autoridades locais começaram um esforço para acabar com os cristãos que se reúnem em igrejas subterrâneas em áreas predominantemente muçulmanas. Vários cristãos foram presos, mortos ou fugiram de suas casas enquanto os muçulmanos tentavam parar a distribuição clandestina de Bíblias, contam as fontes.

Propagar qualquer outra religião é proibido em Somaliland, algo que é totalmente contrário aos padrões internacionais de liberdade religiosa tais como o artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos. De acordo com o Relatório de 2008 sobre Liberdade Religiosa Internacional do Departamento de Estado dos Estados Unidos da América, o artigo 5(1-2) da constituição de Somaliland declara que o islã é a religião do Estado e proíbe a propagação de qualquer outra fé e o artigo 303 prevê as penas para os muçulmanos que mudam de religião.

As autoridades locais têm tentado, de todas as maneiras, frustrar os esforços de garantir o direito que Osman tem a um advogado insistindo que ele não teria como apelar de sua sentença, conta a fonte. Nenhum cristão jamais tentou iniciar um processo para ter sua liberdade religiosa garantida em alguma corte de Somaliland.(CM)

Agência Unipress Internacional

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