Denúncias de abusos na Austrália contra a Igreja da Cientologia

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As denúncias lançadas pelo senador australiano Nick Xenophon contra a Igreja da Cientologia causaram agitação no Parlamento. A polêmica ocorreu em plena discussão, esta semana, sobre o estatuto de isenção de impostos de que a organização goza no país, por ser considerada uma confissão religiosa.

Abortos forçados, abusos sexuais, agressões, tortura, chantagem e fraude integram um vasto leque de acusações que obrigaram o primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, a admitir a abertura de um inquérito.

“Muitas pessoas na Austrália desconfiam quando oassunto é Cientologia. E eu partilho algumas dessas preocupações. Mas há que proceder com cautela e analisar cuidadosamente o material fornecido [por Xenophon], antes de se tomar uma decisão”, afirmou Rudd, avaliando aquelas acusações como “muito graves”.

Pouco antes o senador, eleito em 2007 e conhecido por combater o jogo e na defesa dos consumidores, apresentara no Parlamento sete cartas que lhe tinham sido enviadas por antigos membros da Igreja da Cientologia na Austrália, denunciando a prática de violência física e intimidação no seio da confissão.

“Contêm extensas alegações de crimes e abusos que são profundamente chocantes. Crimes cometidos contra eles e que dizem ter sido coagidos a cometer”, afirmou Xenophon, acusando a Cientologia de ser “uma organização abusiva, manipuladora e violenta”. Acusações deste tipo também criaram muita polêmica em outros países, como Estados Unidos, Espanha e França.

Abortos forçados

Numa dessas cartas, um homem que se identifica como Aaron Saxton, de Perth, descreve ter participado em ações de tortura e chantagem, não apenas na Austrália mas também nos Estados Unidos - onde a Cientologia foi fundada em 1954, pelo escritor de ficção científica L. Ron Hubbard -, desde 1989 até 1996. Num dos casos, é relatado a prisão domiciliar forçada e tortura de uma mulher australiana que pertencia à igreja.

Saxton alega ainda ter engravidado várias mulheres da igreja. Segundo ele, isso era feito com o propósito de manter as fiéis leais à organização. Uma dessas mulheres terá provocado o aborto com um cabide, aterrorizada com a possibilidade de ser punida com trabalhos forçados caso não o fizesse.

Noutra carta, a antiga diretora executiva da Igreja da Cientologia em Sydney, Carmel Underwood, relatava ter sido profundamente obrigada a abortar quando ficou grávida. Conta também ter assistido a uma reunião em que uma adolescente era “preparada” para manter em segredo que fora vítima de abuso sexual por parte do próprio pai, caso fosse alguma vez interrogada pelas autoridades.

Em outro caso, o casal Anna e Dean Detheridge, que foram membros e funcionários da igreja ao longo de 17 anos, descrevem como foram, muitas vezes. “sujeitos a abusos físicos e psicológicos”.

O senador informou ao Parlamento que os Detheridge forneceram provas de práticas frequentes não apenas dos abortos forçados mas também de chantagem feita sobre membros da confissão, usando informação das suas vidas pessoais.

“Organização criminosa”

“A Cientologia não é uma organização religiosa, mas sim uma organização criminosa que se esconde atrás das suas chamadas crenças religiosas”, declarou Xenophon no Parlamento, num ataque violento jamais feito na Austrália àquela igreja.

Os responsáveis da organização na Austrália - onde detém estatuto de religião - emitiram um comunicado avaliando as acusações como “infundadas”: “O senador Xenophon está sendo pressionado por antigos membros descontentes que usam retórica de ódio e distorcem relatos sobre as suas experiências com a igreja.”

Com seguidores bem conhecidos como os atores Tom Cruise e John Travolta, a Cientologia contabiliza 12 milhões de fiéis em todo o mundo.

Fonte: Publico.pt /

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