Por Guilherme Bryan guilherme.bryan@folhauniversal.com.br ![]() 1 – Como você avalia o grupo do Brasil na Copa do Mundo? Considero um grupo muito difícil. A única seleção que não conheço é a Coreia do Norte. A Costa do Marfim eu conheço bem, pois há três jogadores que são meus companheiros de Sevilla (Zokora, Romaric e Koné). É uma seleção muito forte e veloz. Portugal, nós já conhecemos bem e eles têm ótimos jogadores como Cristiano Ronaldo, Deco, Liédson (os dois últimos brasileiros naturalizados), entre outros. Acho que, pela tradição, será nosso principal rival. No jogo mais recente, ganhamos por 6 a 2, mas Copa do Mundo é muito diferente de amistoso e a tendência é que seja um jogo muito mais disputado. 2 – Quais são as chances do Brasil conquistar essa Copa do Mundo? Acho que a seleção brasileira é uma das favoritas, ao lado de seleções como Itália e Alemanha, que sempre chegam, e da Espanha, que está jogando muito bem. Caso eu realmente seja convocado, meu objetivo principal é ajudar o Brasil a conquistar o título. Ser artilheiro será uma consequência. 3 – O ex-jogador e técnico alemão Franz Beckenbauer declarou que o Brasil não joga mais no ataque e que o jogo da seleção não é mais tão bonito. Você concorda? Não concordo. O Brasil busca sempre ter a iniciativa do jogo e vencer. Mas é claro que não somos bobos e temos uma preocupação defensiva e uma defesa compacta. Acho que isso é normal no futebol de hoje. 4 – Quais são as maiores dificuldades para se firmar na seleção brasileira e como é o convívio com o técnico Dunga? A principal dificuldade é a concorrência, que é muito grande, principalmente no caso de um atacante. O jogador tem que aproveitar todas as chances que tiver, mesmo que sejam 5 minutos de um jogo. Agora o convívio com o Dunga é excelente. Ele é um técnico que conhece muito e que dá muita confiança aos jogadores. Ele foi fundamental para o meu bom desempenho na seleção.5 – Quando você descobriu que gostaria de ser jogador de futebol? Desde criança, com mais ou menos 10 anos de idade, eu já jogava bola na rua e sonhava em ser um jogador de futebol. Sempre corri atrás do meu sonho e, sendo bem sincero, nunca pensei em exercer outra profissão. 6 – Você se inspirava em algum jogador em especial? Inspirar não, mas sempre admirei o futebol do Romário. Com certeza foi um dos melhores atacantes que o Brasil já teve, finalizava como poucos e foi fundamental na conquista do tetra (na Copa do Mundo dos Estados Unidos, em 1994). 7 – Como foi ser dispensado da equipe infantil do Guarani com apenas 14 anos? Foi um momento muito difícil e cheguei a pensar em parar de jogar. Realmente fiquei quase 1 ano parado até um amigo me chamar para um teste no Ituano (clube de Itu, no interior de São Paulo). Felizmente, consegui passar e recomecei minha trajetória no futebol. 8 – Logo depois você obteve a chance de jogar no futebol europeu, especificamente no Rennes, da França. O que passa, nesse momento, na cabeça de um rapaz de 19 anos? A verdade é que, naquela época, eu não estava preparado para jogar na Europa. Foi muito difícil: o idioma, o frio, a adaptação ao futebol de lá. Os meus objetivos eram me firmar na Europa e chegar à seleção brasileira, mas isso não foi possível naquele momento. No ano seguinte, eu não estava tendo muitas chances no Rennes, houve o interesse do São Paulo e achei que era uma boa voltar ao futebol brasileiro, ainda mais para um grande clube. 9 – Em 2004, o São Paulo acabou eliminado na semifinal da Taça Libertadores da América e você foi bastante criticado pela torcida. Quais lembranças você tem desse momento? Foi um momento muito ruim e realmente fiquei chateado, pois sempre fui um jogador guerreiro, que sempre deu a cara para bater nos momentos mais difíceis. Sei que isso faz parte do futebol e que não foi toda a torcida do São Paulo que me criticou. Não ficou mágoa e tenho um grande carinho pelo clube até hoje, tanto que penso, no futuro, em voltar a jogar no Brasil e minha preferência é o São Paulo, onde tenho uma história. Mas também não descarto a possibilidade de atuar por outro clube brasileiro. 10 – Boa parte da sua carreira foi acompanhada pela imagem de jogador que arrumava confusão e era expulso. O que fez pa- ra revertê-la? O mais importante para reverter essa imagem foi mudar o meu comportamento, amadurecer. Com o tempo, aprendi muita coisa e percebi que aqueles atos estavam me prejudicando. O nascimento das minhas filhas (Giovana, de 5 anos, e Gabriela, de 2 anos) também foi importante nesse processo. Hoje, tenho a responsabilidade de ser um exemplo para elas. |
ENTREVISTAS: Luis Fabiano - O homem gol do Brasil
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