RELIGIÕES: Sudanesas chicoteadas por usarem calças


sudao1-225x3002Treze mulheres sudanesas que andavam em grupo pelas ruas da capital, Cartum, foram presas em um restaurante e receberam chicotadas como punição por usar calças em público. A denúncia foi feita pela jornalista Lubna Ahmed al-Hussein, que também foi detida. Ela afirmou ter recebido 40 chicotadas. Ainda disse que várias mulheres do grupo admitiram serem culpadas da acusação de se vestir “de forma indecente” e receberam dez chicotadas imediatamente.

O Sudão, país do continente africano, tem uma sociedade conservadora que condena mulheres que desobedecem aos costumes islâmicos. A lei islâmica foi introduzida pelo ex-presidente Jaffar Al Numeri há cerca de 30 anos e, desde então, causa polêmica no país, especialmente na região sul do Sudão, que é cristã.

Lubna contou que um grupo de entre 20 e 30 policiais entrou de repente em um dos restaurantes mais populares de Cartum e “escolheu apenas garotas que usavam calças”. “Na delegacia eles libertaram aquelas que usavam calças mais largas ou cujas blusas foram consideradas longas o bastante. Na delegacia encontramos outras garotas do sul (do país), aguardando julgamento. Elas eram cristãs e três delas tinham menos de 18 anos.”

“As meninas foram sentenciadas a dez chicotadas cada uma e a sentença foi executada imediatamente”, afirmou.

A jornalista afirmou que muitas mulheres se declararam culpadas apenas para “acabar logo com isso”, mas outras - incluindo ela - escolheram chamar seus advogados e esperar o julgamento.

De acordo com a lei islâmica em vigor no norte do Sudão, onde se encontra a capital, a punição a mulheres que se vestem “de forma indecente” são 40 chicotadas. Segundo as leis do país, sudaneses que não são muçulmanos não são obrigados a seguir a lei islâmica mesmo na capital ou no norte do país, onde predomina o islamismo.

Lubna Ahmed al-Hussein é uma jornalista sudanesa conhecida por suas críticas ao governo do país. Ela disse à BBC que contratou um advogado que conseguiu enviar o processo contra ela de volta à promotoria. Ela imprimiu centenas de convites para o julgamento para que o povo sudanês possa ver o que acontece com as mulheres. Antes de comparecer à corte, al-Hussein afirmou que o problema que ela enfrenta é também o problema de centenas de mulheres que são chicoteadas todos os dias devido às roupas que usam.

A jornalista escreveu que estas mulheres saem dos julgamentos com um sentimento de vergonha e toda a família da mulher é tratada como pária. (CM)

Agência Unipress Interncional

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