Assassinato de cristãos ganha nova versão


turquia7Principal suspeito de homicídio, Emre Gunaydin finalmente admitiu, em juízo, ter cometido perjúrio no julgamento sobre o cruel assassinato de três cristãos ocorrido numa cidade do sudeste da Turquia.

Emre, 21 anos, foi acareado com Varol Bulent Aral, quem ele havia indicado anteriormente, diante dos promotores, como um dos instigadores do ataque contra a Editora Zirve em Malatya. Emre, supostamente líder dos assassinos, disse ao tribunal que mentiu anteriormente para os promotores ao indicar Aral.

Sua admissão de culpa veio depois que Aral testemunhou, revelando uma conspiração que envolve autoridades políticas e de segurança, entre outros, e onde ele teve um importante papel de orquestrar o ataque em 2007 com Emre e outros quatro acusados.

Na sessão em que Aral prestaria seu depoimento, Emre Gunaydin não compareceu e enviou uma nota para a justiça informando que se sentia mal. O juiz inesperadamente anunciou um breve recesso e ordenou que Emre fosse levado imediatamente para o tribunal.

Em seu depoimento há três meses, Emre retratou-se de acusações que ele fez contra Huseyin Yelki, um ex-voluntário da editora cristã onde os cristãos turcos Necati Aydin e Ugur Yuksel, e o alemão Tilmann Geske foram amarrados e torturados.

Preso por três meses com base nas acusações de Emre, Huseyin finalmente foi chamado para testemunhar.

“Huseyin Yelki não é culpado. Ele está na prisão sem motivos”, disse Emre para o tribunal após o depoimento de Huseyin. Ao ser questionado sobre o motivo de ter acusado Huseyin, Emre respondeu: “Eu fiz isso para diminuir minha punição. Por isso eu disse que ele era um missionário.”

Apesar de haver discrepâncias em seus depoimentos, Huseyin foi solto por falta de provas. Varol Bulent Aral também foi liberado por falta de provas, mas ele continua na prisão por outras alegações criminais.

Advogados de defesa duvidam das retratações feitas por Emre, questionando se ele foi pressionado a mudar seu testemunho para proteger os verdadeiros instigadores da conspiração. Eles também não estão convencidos de que Aral e Yelki não colaboraram no ataque.

Há dois meses, um informante da divisão de inteligência militar de Malatya enviou um relatório detalhado para os promotores sobre o que a imprensa turca chamou de “Massacre de Malatya”. A carta de duas páginas indicava o ex-coronel Mehmet Ulger como o principal integrante no plano assassino.

Com precisão e detalhes documentados, o relatório destaca Mehmet Ulger visando os cristãos de Malatya e suas atividades durante as semanas próximas ao ataque, enviando cartas secretas, desmarcando reuniões e grampeando os telefones de pessoas da entidade que foram designadas para atividades específicas em várias etapas.

A carta continua e descreve as frequentes visitas do professor da Universidade Inonu, Ruhi Abat, ao escritório de Mehmet Ulger, onde o coronel especificamente ordenou aos seus subordinados para nunca registrarem as visitas de Ruhi nos livros oficiais.

A carta do informante foi enviada ao mesmo tempo para o promotor de Malatya, Seref Gurkan, e para o procurador do estado, Zekeriya Oz, que lidera as investigações do Ergenekon em Istambul.

O informante anônimo disse ter mais informações, mas que ele não poderia fornecê-las, pois comprometeria sua identidade.(CM)

Agência Unipress Internacional

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